O Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia abriu na quinta-feira (28) um inquérito para investigar as condições de saúde e segurança dos funcionários da planta da BYD, empresa de carros elétricos chineses, em Camaçari, no interior da Bahia.
Relatos de violência física também chegaram ao procurador responsável pelo caso, Bernardo Guimarães.
Procurada pela CNN, a empresa disse, em nota, que recebeu com repúdio as imagens que mostram o tratamento por parte dos supostos agressores, contratados por empresas terceirizadas, a outros colegas que trabalham na expansão da antiga fábrica da Ford.
A BYD informa que determinou o afastamento dos agressores e que sejam proibidos de entrar na unidade, segundo a nota. A companhia disse ainda que acolheu as vítimas e que esses funcionários seguem trabalhando normalmente na fábrica após o episódio.
Após uma denúncia anônima, o MPT passou a apurar as condições de trabalho na unidade da montadora. Uma inspeção foi feita no dia 11 de novembro na área em que a empresa instala sua linha de montagem. O órgão destacou que estuda reunir informações para elaborar um termo de ajuste de conduta (TAC) ou uma ação judicial.
Segundo o MPT, a BYD e outras três empresas contratadas para realizar a obra devem apresentar “a cópia dos contratos de trabalho, vistos de trabalho para os estrangeiros que atuam na obra, planos de prevenção de acidentes e de saúde ocupacional, que deverão ser apresentados nos próximos dias ao órgão”.
Uma nova inspeção na unidade não está descartada, segundo Guimarães, procurador do caso. “As informações que colhemos até o momento apontam para a necessidade de correção de procedimentos relativos ao meio ambiente de trabalho, para garantir a saúde e a segurança dos empregados”, afirmou.
A BYD também disse que está implantando um reforço na fiscalização da obra para “assegurar o cumprimento da legislação e o respeito a todos os profissionais que nela atuam”.
A fábrica na região baiana teve um investimento de R$ 5,5 bilhões, com potencial de gerar mais de 20 mil empregos diretos e indiretos, segundo a empresa.
Fonte: CNN Brasil