A maior mina de cobre do mundo está em meio a um conflito trabalhista que corre o risco de interromper o fornecimento do metal temporariamente. As negociações salariais na mina de cobre Escondida administrada pelo BHP no deserto do Atacama, no norte do Chile, terminaram sem acordo, desencadeando uma paralisação na tarde de ontem em uma operação que responde por cerca de 5% do fornecimento global de cobre.
Os membros do Sindicato nº 1, que respondem por cerca de 90% dos operadores e equipe de manutenção de Escondida, estão pressionando por uma fatia maior dos lucros da mina. Uma interrupção nas vendas da operação gigante pode apertar o mercado já aquecido.
A BHP disse que Escondida continua operando sob planos de contingência. Espera-se que representantes da empresa e do sindicato retomem as negociações na quarta-feira no Chile.
O resultado das negociações trabalhistas na mina Escondida será observado de perto por outros sindicatos e empresas no Chile, onde várias operações enfrentam negociações salariais neste ano, disseram analistas do Goldman Sachs em uma nota no domingo. “Isso pode definir o tom para o equilíbrio das negociações em todo o setor”, disseram eles.
Escondida foi responsável por três das oito principais greves de minas de cobre no Chile nas últimas duas décadas, e os analistas do Goldman Sachs disseram que o risco de greves foi recentemente alimentado pelo aumento do custo de vida, preços elevados do cobre e um mercado de trabalho qualificado restrito. Outras empresas, incluindo a Rio Tinto e a Mitsubishi, detêm participações na Escondida.
Fonte: UOL