A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que, em média, 27% da força de trabalho dos 38 países-membros do bloco pode ser facilmente automatizadas na próxima revolução da inteligência artificial. Segundo o relatório Perspectivas de Emprego para 2023, publicado nesta terça-feira (11/07), os países da Europa Oriental são os mais expostos.
As funções que correm mais risco de serem substituídas por inteligência artificial são aquelas que usam mais de 25 das 100 habilidades que os especialistas em IA consideram que podem ser facilmente automatizadas, conforme apurou a Reuters.
Outra pesquisa, realizada pela OCDE em 2022, indica que três em cada cinco trabalhadores temem perder o emprego para a IA nos próximos 10 anos. A pesquisa consultou 5.300 profissionais em 2.000 empresas das áreas de indústria e finanças, em sete países da OCDE. Entretanto, o estudo foi realizado antes da popularização da IA generativa, que ocorreu em dezembro do ano passado com o lançamento do ChatGPT. Hoje é bem possível que os números fossem maiores.
Apesar dos temores, dois terços dos funcionários que já trabalham com a tecnologia disseram que a inteligência artificial tornou seus trabalhos menos perigosos ou tediosos.
“Como a IA afetará os trabalhadores no local de trabalho e se os benefícios superarão os riscos dependerá das ações políticas que tomarmos”, disse o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, em entrevista coletiva. Para ele, “os governos devem ajudar os trabalhadores a se prepararem para as mudanças e se beneficiarem das oportunidades que a IA trará”.
Segundo a OCDE, salários mínimos e negociações coletivas podem ajudar a aliviar a pressão que a IA deve exercer sobre os salários, enquanto governos e reguladores precisam garantir que os direitos dos trabalhadores não sejam comprometidos.
Fonte: Época Negócios